A ideia para este post me veio enquanto estava dirigindo de
volta para casa depois do trabalho. O telefone fica plugado no som do carro e
está sempre no shuffle/random. A sequência de músicas tocadas está nos vídeos
que linkei para cada banda abaixo. Essa feliz coincidência me deixou pensando: “caraca,
cinco bandas com um som muito bom, feito por gente que entende do babado!”. Em
todas as cinco, há gente que tem pelo menos 10 (ou 40!) anos de estrada. O que
todas elas tem em comum? Músicos excelentes, tocando pra curtir, para explorar
limites e gêneros que são (mais ou menos) distantes do que eles fazem em suas
bandas “nativas”. Aqui vai!
Chickenfoot
Essa banda não tinha como dar errado! O grupo é formado por 50% do Van Halen (Sammy Hagar na voz e
Michael Anthony no baixo) e 25% do Red Hot Chilli Peppers (Chad Smith, bateria).
Os 25% restantes ficam a cargo de ninguém menos que o guitarrista Joe Satriani.
Infelizmente, o grupo só gravou dois discos: Chickenfoot e Chickenfoot III. Também há dois DVDs (Chickenfoot
Deluxe Limited Edition e Get Your Buzz On Live) e uma música (Highway Star, em
versão ao vivo) que foi lançada no disco Re-Machined, que é um (excelente)
disco de tributo ao clássico Machine Head, do Deep Purple.
Menção honrosa para as músicas Big Foot, Future in the Past e Alright Alright.
PS: Gosto MUITO mais do Hagar do que do Lee Roth. #prontofalei!
Black Country Communion
Outro grupo com pedigree fenomenal. Aqui temos Gleen Hughes
que já foi do Deep Purple e do Trapeze e uma excelente carreira solo, fazendo baixo
e voz. O outro vocalista é ninguém menos que o bluesman Joe Bonamassa, que também cuida
das guitarras. Os teclados ficam sob a responsabilidade de Derek Sherinian
(ex-Dream Theater e inúmeras participações especiais em discos e tours de
diversos músicos e bandas). A bateria é comandada por Jason Bonham que,
honrando o legado do pai, arregaça tudo.
Infelizmente, o BCC tem apenas três discos. BCC, BCC 2 e
Afterglow. Por causa dos clássicos problemas de agenda e “diferenças musicais” - principalmente no eixo Hughes-Bonamassa - a banda foi desfeita.
Menção honrosa para algumas coisas que circundam o BCC: Sinner's Prayer (Joe Bonamassa + Beth Hart), In my Blood (da carreira solo de Glenn Hughes) e a versão de Stairway to Heaven com as meninas do Heart e o Bonham fazendo a bateria (aquela cerimônia na qual o Led Zep recebeu honrarias do governo dos EUA).
Adrenaline Mob
Esta é uma das muitas bandas/projetos que surgiram em torno
da figura de Mike Portnoy (bateria) após sua saída do Dream Theater. Aqui temos
um dos melhores vocalistas de metal de todos os tempos: Russell Allen (tem um disco
solo bem legal, Atomic Soul, e o excelente trabalho dele no Symphony X, especialmente
de uns anos pra cá). Ao menos para mim, a surpresa ficou por conta da seção de
cordas. Temos Mike Orlando nas guitarras (nunca tinha ouvido falar) e John
Moyer (Disturbed) no baixo (mas ele é só um de três baixistas até o momento). Aliás,
a formação tem variado um pouco: o próprio Portnoy saiu e foi substituído por
AJ Pero (Twisted Sister), que infelizmente faleceu em março deste ano.
Menção honrosa para os covers excelentes (e meio inusitados) que os caras fizeram: Come Undone (do Duran Duran, com a convidada especial Lzzy Hale, do Halestorm), High Wire (Badlands) e Barracuda (olha aí o Heart duas vezes no mesmo post!).
The Winery Dogs
Mais uma banda-projeto de Portnoy. Dessa vez em formato de
trio, os virtuosos Billy Sheehan (Mr. Big) e Richie Kotzen (além de uma longa
carreira solo, também fez parte do Mr. Big e do Poison, entre outros). Ao invés
de metal, exibições gratuitas de velocidade em seus respectivos instrumentos ou
mesmo optar por formas mais pesadas de rock, o trio correu na direção
contrária, adotando uma veia mais voltada para o pop, o soul e o funk.
Eles também fazem um "acampamento" para músicos. É um daqueles esquemas gringos nos quais os membros da banda (ou professores de escola) fazem um retiro com um grupo de alunos. O propósito é respirar música por cerca de uma semana, com aulas, workshops e apresentações a todo momento.
Menção honrosa para as músicas Elevate, We Are One (que refrão incrível!) e One More Time.
Spiritual Beggars
Que tal tocar hard rock setentista com uma pegada meio
stoner? Parece bom, não? O clássico arranjo voz, guitarra, baixo, bateria e
teclados que consagrou gente como o Deep Purple só que com uma vibe mais
próxima do Sabbath. O grupo teve, até o momento, 3 vocalistas diferentes. São
eles: Christian "Spice" Sjöstrand (que também tocava baixo), Janne
"JB" Christoffersson (guitarrista e vocalista do grand Magus) e Apollo
Papathanasio (professor de música e, desde 2006, vocalista do Firewind, banda
de onde veio Gus G, guitarrista do Ozzy).
Além deles, há mais dois outros sujeitos que dão a “cara” da
banda. O primeiro deles é Per Wiberg, tecladista do Opeth. O outro é um
guitarrista com um currículo invejável: Carcass, Candlemass e Arch Enemy. Seus
cabelos vermelhos e sua flying V (há modelos de assinatura da Dean e da ESP)
são sua marca registrada. Não poderia ser outra pessoa além de Michael Amott.
É bem difícil escolher as menções honrosas pois a banda já produziu muita coisa. Então resolvi escolher as músicas que mais curto. Aqui vão cinco delas: Angel of Betrayal, Per Aspera Ad Astra, Wise as a Serpent, We are Free e Coming Home (essa me lembra muito o UFo da era Schenker).