quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Echoes...



Obrigado pelos anos de trabalho e pelas músicas fantásticas. Fique em paz.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Mais um pouco de DRM (Digital Rights Management)

Conforme matéria publicada na Joystiq, a famigerada Electronic Arts aprontou mais uma das suas. A bola da vez é o jogo Spore, um simulador de, bom, tudo. Você começa jogando com um organismo unicelular dentro da água e termina o jogo na era espacial colonizando outros planetas e espécies. O legal é que tudo no jogo, desde os veículos e casas, até as criaturas em si, são totalmente customizáveis. Abra aí o seu google, digite "spore review" e vá ler a respeito, já que realmente parece muito interessante.
"Qual é o problema?", você deve estar pensando. É simples. O jogo passa pelos malditos processos de certificação eletrônica, para variar um pouquinho. Cada vez que você instala o jogo, ele deve ser ativado usando um código especial. Mas você só pode fazer isso no máximo 3 vezes. Teve que desinstalar, formatar a máquina ou qualquer outro problema e gastou suas 3 instalações? Ligue para a EA e o suporte técnico deles vai resolver seu problema, ou pelo menos deveria, aparentemente fornecendo mais códigos de ativação. Imagino que o jogo tambem se autentique periodicamente uma vez que tenha sido iniciado, até porque um dos grandes atrativos é o compartilhamento de conteúdo entre os usuários.
Só um outro detalhe aqui. Como é que alguém que não está conectado a internet faz pra jogar? Será que daqui a uns bons 5 ou 6 anos os servidores de ativação ainda estarão ativos e compatíveis com esse jogo? Já estou vendo o pessoal aí reclamando que 5 anos para um jogo transformam-no num fóssil. Se assim fosse, eu não jogaria mais Unreal Tournament e um bocado de gente ficaria para sempre fora do Counterstrike. Aliás, não haveria interesse algum por emuladores de consoles clássicos que simulam jogos de, oh céus, 10 a 20 anos atrás.
De volta ao texto e ao assunto principal.
Esse tipo de proteção de conteúdo suscitou protestos de vários usuários do Amazon, que estão mostrando suas opiniões nos posts e avaliando o jogo com notas péssimas (1.5 de 5 estrelas). No entanto, isso não vai afetar em nada as vendas, já que esse era um dos jogos mais esperados do ano. Enquanto isso, o Spore segue no número 1 de vendas dessa semana em vários sites e a EA continua construindo seu império do mal.

PS: O disco Death Magnetic foi lançado, completo, para o jogo Guitar Hero 3 na força de conteúdo adicional. Ele também será compatível com o Guitar Hero World Tour, que ainda não saiu. E pesar que o Lars ficava xaropando o Napster e agora tá com músicas da sua banda flutuando pela internet e fazendo parte de um jogo de videogame. Até que enfim 2008 chegou!

domingo, 7 de setembro de 2008

Metallica, Napster e o gerenciamento de direitos em conteúdos digitais



Essa é uma continuação do post anterior.

Graças a alguma loja francesa que decidiu vender o disco antes da data combinada, o álbum Death Magnetic vazou para a internet. O pessoal aí nos comentários falou que já baixou e ouviu. Resolvi investigar e encontrei diversos blogs com links para download direto pelo rapidshare, zshare, badongo e tantos outros serviços de hospedagem gratuita de arquivos.

O mais estranho foi quando li uma matéria na Whiplash sobre o assunto. O Lars (aquele mesmo que fez o escândalo em torno do Napster e dos downloads de mp3 do grupo) levou a história toda numa boa. As palavras do rapaz foram as seguintes: "Escute, nós estamos há dez dias do lançamento. Digo, nós estamos bem aqui. Se essa coisa vazar no mundo inteiro hoje ou amanhã, bons dias. Bons dias, acredite. Dez dias antes e ele não foi falado mal ainda? Todo mundo está feliz. É 2008 e faz parte de como as coisas são hoje, então está bem. Estamos felizes".

É sr. Ulrich, e pensar que 10 anos atrás (foi isso tudo mesmo? Faz tanto tempo assim?) baixar músicas do Metallica pela internet era quase um dos pecados capitais. Nessas horas eu aprecio algumas bandas que dizem o seguinte: Você entra na internet, baixa o nosso disco, escuta e mostra pros colegas. Quem gostar, vai na loja e compra. Quem não gostar apaga e pronto. Simples assim. Acho esse tipo de posicionamento interessante em duas frentes:

1- Eu não vou experimentar ou testar uns bons 50 reais num disco de uma banda que eu não conheça ou não tenha jamais ouvido.

2- Trocar músicas com os colegas é uma boa maneira de estreitar laços, conversar e descobrir interesses comuns. Além disso, você acaba divulgando o trabalho de uma banda ou artista da melhor e mais honesta forma possível: propaganda boca-a-boca de quem ouviu, gostou e está recomendando. Isso é, no meu ponto de vista, MUITO diferente de ler uma reportagem num lugar qualquer dizendo "Oh, a banda tal é boa, compre já o cd!".

E para que fique registrado: o mesmo é válido para videogames. Já fui tratado como bandido várias vezes por empresas como a EA e a Microsoft. Depois de comprar o jogo, sou obrigado a autenticá-lo e ficar online sempre que quiser jogar para que a minha cópia seja validada. Que absurdo. Já me basta o Starforce e esquemas semelhantes de proteção anti-cópia.

O caso é o seguinte, uma softhouse chamada Stardock faz alguns jogos de estratégia para PC. Alguns de vocês devem conhecer o Galactic Civilization e o Sins of a Solar Empire. O último deles já vendeu mais de 500 mil cópias e o primeiro tem várias expansões. A parte interessante é que eles não colocam qualquer tipo de trava ou verificação de autenticidade online. Caso você esteja pensando, sim, o jogo pode ser baixado e pirateado livremente. O caso aqui é que a Stardock mostrou que a falta de "proteção de conteúdo" não afetou as vendas do produto, nem enfureceu os acionistas, ao contrário do que se pensava.

Para fechar, só uma historinha do que aconteceu comigo.

Em 2004 adquiri um comptador numa grande rede de varejo. Ou seja, fui no mercado e comprei meu PC dividido em prestações beeeem pequeninas. De lá para cá, ele sofreu diversas atualizações: pentes de memória ram, placa de vídeo, gravadora de DVD e por aí vai. Sempre que isso acontecia, eu formatava tudo e instalava o Windows original que veio com a máquina. Baixava toooodas as atualizações do Windows Update de novo e tudo mais.

Depois de sabe-se lá quantas atuaizações, pois agora eu já tinha um belo computador frankenstein, troquei a placa mãe (eu precisava de um slot PCI-Express para minha nova placa de vídeo, na época era uma veloz Nvidia 6800XTreme). Não formatei a máquina pois era só uma placa de vídeo, basta trocar os drivers (antes eu usava uma ATI Radeon 9600PRO). Para minha surpresa, o Windows travou na tela de entrada, me dando uma mensagem de ativação e tudo mais. Não consegui acessar meus próprios dados, incluindo os trabalhos de faculdade.

A solução foi visitar a banca de jornal e comprar uma distribuição do Linux que rodasse direto do CD. Coloquei na máquina alguma versão do Kurumin, que se auto-instalou e detectou todas as minhas peças. Fiz backup da minha antiga pasta Meus Documentos, bem como de alguns outros arquivos.

Tirei o cd, resetei e tentei entrar no Windows de novo. Nada. Liguei para o número fornecido na tela. O suporte da Microsoft me disse que não tinha responsabilidade com a minha máquina, já que ela tinha sido atualizada muitas vezes com peças novas. Liguei para o suporte da Novadata, que fabricou meu PC original. Eles me disseram a mesma coisa. O resultado: uma chave de licença legítima do Windows que deixou de funcionar porque foi ativada muitas vezes por causa da atualização de peças. Ambos os funcionários do suporte técnico tiveram a petulância de me pedir para comprar uma cópia nova do Windows!

O real resultado: uma sensação de desgosto, como se eu tivesse sido roubado. Continuei usando o Windows com uma cópia "student release" que achei flutuando na internet. Ela continha uma documentação dizendo ser gratuita e para uso universitário nos EUA. Achei meio estranho e mandei bala. Fiquei usando o computador assim, dependendo do maldito DirectX para poder continuar jogando. Por isso não migrei tudo para o Linux. Sei que existem emuladores do Windows e do DirectX no sistema do pingüim. Sei também que existem binários universais para alguns jogos. Mas venhamos e convenhamos, o comodismo nos impede de fazer muita coisa.

E hoje? Já estou sem meu monstrinho, ele foi formatado, recebeu alguma distribuição Fedora e foi vendido. Fiquei usando o laptop da minha esposa, um computador HP com tudo original, inclusive o Windows. Tomara que não me venham com essa de ativação ou verificação online de novo, putz.

E pensar que tudo isso começou com um comentário da Laila sobre o Metallica e o Napster...

PS: Farei mais uns comentários sobre o Death Magnetic assim que possível. Deixa eu ouvir o disco mais algumas vezes, poder cantarolar e tocar uns trechos das músicas, aí sim.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Controvérsia magnética


Por algum motivo, razão ou circunstância que me é desconhecida, parte da mídia ultra-conservadora dos EUA entrou em parafuso quando viu a capa do disco novo do Metallica. Essa que está na imagem acima.


Aliás, achei o motivo. Eles são todos uns neuróticos.

No meu ponto de vista, a arte do disco é claríssima: trata-se de um caixão no fundo de uma cova. O caixão é um imã e as linhas pretas em volta são a terra. Aqui há um jogo de imagens da terra com a limalha de ferro. Quem é qu enão fez essa experiência na aula de ciências da escola? Você pega uma folha de papel, joga limalha de ferro em cima dela e fica passando o imâ por baixo. Como mágica, para provar a existência do magnetismo, os fiapinhos de ferro vão se mover e formar desenhos de acordo com a posição do imã. Eles fazem esse perfil meio esférico para mostrar os dois pólos de atração. E pronto, está aí a morte/caixão/imã. Death Magnetic, porra.

De alguma maneira, canais de tv como uma certa FOX News e, creio eu, a Associação das Velhinhas Escandalizadas Ultra-Conservadoras de Direita (tm) sentiram-se ofendidos com mais um ataque à moral e os bons costumes.

O que importa mesmo é que o Metallica está disponibilizando, a cada segunda-feira, uma faixa do novo disco online. Segundo li pela internet, ainda não são as versões com mixagem final. Tomara que não o sejam, já que em algumas delas a bateria está por demais alta.

Por enquanto ouvi e baixe as seguintes faixas: Cyanide, My Apocalipse e The Day That Never Comes. Cyanide é uma boa música, mas a mixagem está meio, como dizer, questionável em alguns trechos. Ela já tinha sido ouvida e vista por aí em alguns bootlegs e shows anteriores disponíveis na rede. Mas agora parece que ficou mais redonda. Tem uma boa base, com baixo e bateria bem marcados em cima do riff de guitarra. Falando nelas, os solos voltaram! Woohoo!

My Apocalipse parece uma música que ficou perdida nos tempos do Kill'em All. Boa demais. Não tenho o que falar dessa música. Das três que foram apresentadas ao público, essa foi a mais legal, com certeza. Bases rápidas e velozes, clima geral do thrash metal oitentista e alguma letra sobre eclipse, apocalipse, morte, aniquilação e fogo. Esse é o Metallica pelo qual me apaixonei quando era moleque. Tenho certeza que alguns leitores vão concordar. É só fazer o teste. Pense nas seguintes músicas: Master of Puppets, Seek and Destroy, Whiplash, Battery, Blackened. É, sentiu uma coisa boa por dentro? É isso aí! ESSE Metallica está dando mostras de uma ressurreição. Ainda assim, sejamos cautelosos e esperemos a versão final do disco.

The Day That Never Comes, por outro lado, agradou menos que as outras duas. É ao mesmo tempo um esquema meio Black Album na primeira metade da música, para depois entrar no esquema thrash do início de carreira do grupo. Lá vem uma baladinha com dedilhados, refrão com power chords e distorção e o vocal do James num estilo mais atual. Aliás, como ele canta! Lembro-me da boa dicção e afinação do James no S&M. É mais ou menos esse estilo. Menos berros e menos agressivo, mas com um feeling que não estava lá (ou ao menos não dessa forma) nos discos anteriores.

Quando ela vai completar uns 4 minutos (de um total de oito) começa a sucessão de bases e solos. É como uma outra música. Suponho que ela sofra possíveis edições para que seja tocada no rádio apenas na primeira metade. Mais um minuto depois e temos as guitarras dobradas em palm muting com um riff que lembra alguns trechos de One (aquela base por trás de Landmine, has taken my sight). Segue-se um pequeno solo e umas guitarras dobradas num esquema de pergunta e resposta. Daí para o fim, mais solos e bases. Só que eu achei tudo isso meio perdido. Ou eles terminavam a música ali aos 5 minutos e fechavam a balada, ou eles separavam todas essas bases e solos para usar em outras canções. Ficou meio estranho, como se tentasse ser dois e acabasse não sendo nenhum.

Em todo caso, talvez meus comentários sejam os de uma pessoa que queria o Metallica do And Justice for All de volta. Claro, só que dessa vez com muito mais grooves no baixo, já que o Rob Trujillo é a atual fábrica de graves do grupo. No geral, as músicas são uma fusão do bom e velho Metallica com algum toque mais recente, não sei bem se do Black Album ou do Load/Reload. Contanto que não seja do St. Angers, está tudo bem.

Aliás, hoje li uma entrevista com o Lars falando que o St. Anger era necessário para que o grupo se encontrasse na posição onde está hoje. Que assim seja. Tem hora que a gente precisa fazer uma limpeza geral, colocar os podres pra fora e botar os pingos nos is. Se o St Anger é a limpeza do Metallica, o Death Magnetic abre os caminhos para um grupo que ainda tem muito a contribuir. Um brinde para o novo e reenergizado Metallica! E outro brinde para seu disco promissor. Que meados de setembro chegue logo!

PS: Tô devendo umas análises de jogos para uns visitantes por aí. Vocês não foram esquecidos, mas rotina de professor é dose. Posso prometer que já estou jogando e relembrando algumas coisas antes de escrever e prometo sanar meu débito em breve.