sábado, 29 de janeiro de 2011

Garage sale virtual

Aqui vão as fotos com os preços embutidos nas imagens. Quando não há imagem, o preço vem escrito na descrição do produto.

Fogão Consul CFI76. Tem 6 bocas e tampa de vidro temperado. Não possui acendimento automático/elétrico e nem luz do forno. Tem um ano de uso e ainda está embalado desde que nos mudamos. Preço: R$ 200,00.



Criados-mudos. Só precisam de uma mão de tinta e ficarão zerados.


TV Bluesky de 20 polegadas com controle remoto. VENDIDO!


Escrivaninha de madeira maciça. Mais uma onde basta uma mão de tinta.

Existem ainda dois outros itens:

Botijão de gás (vazio): R$ 50,00;

Colchão de casal D33: R$ 150,00.

Interessados podem usar o botão de comentários ou, caso tenham recebido por e-mail, responder por lá mesmo.


make me BIG!!!!

A série Super Mario Bros. parece ser uma fonte de inspiração inesgotável, não?



Clicando no arquivo é possível ver a imagem em tamanho original. Se alguém quiser, posso colocar num megaupload/rapidshare/hotfile ou algo do tipo o arquivo com as dimensões originais, em 300 dpi e tamanho absurdo, pronto para mandar imprimir e colar na parede.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Castlevania e os jogos antigos

Recentemente peguei emprestado com um colega o Castlevania: Lords of Shadow para PS3. Achei muito legal por que o jogo inclui um voucher para o download do ultra-clássico Symphony of the Night, lançado para PSOne na década de 1990. Usando o esquema de compartilhar a compra, nós dois fizemos o download na PSN e começamos (eu mais do que ele) a jogar o SOTN. Fiquei surpreso como o SOTN envelheceu pouco. Tá certo que os gráficos não são nenhuma maravilha para os padrões atuais: falta anti-aliasing e a resolução fica limitada a parcos 480i. Por outro lado, a trilha sonora continua tão incrível quanto eu me lembrava e o estilo 2d conhecido como Metroid-vania (invenção paralela do Super Metroid de SNES e do próprio SOTN) é bem divertida. Resumindo: para qualquer um que tenha jogado o SOTN lá no fim dos anos 90, abra a carteira e pague seus 10 dólares nesse jogo. Para quem não jogou, bem, perdeu um jogaço na época e seria lastimável perdê-lo de novo agora.

O ponto-chave desse post não é o SOTN, mas as minhas reflexões e sentimentos que o novo Castlevania me trouxe sobre jogos antigos. De fato, há muito no Lords of Shadow que remete aos jogos anteriores da série. Há um bocado de cenários e inimigos clássicos. Onde fica a fronteira entre as boas memórias (algo como "Putz! Castlevania 3 era muuuuuito bom!") e o senso crítico (examinar o jogo à luz de outros produzidos no mesmo período, tentando não se deixar levar pelas saudades da infância). Ainda que uma leitura imparcial do jogo seja impossível, proponho uma brincadeira com imagens.

Aqui vão umas fotos do castelo. O jogo se chama CASTLEvania, não?



Esse era o castelo no Castlevania 1, de 1986/7.



E depois de passar pelo jardim, era só entrar.

O negócio era que a gente via essas imagens (que hoje a maioria vai considerar como primárias) e ficava impressionado. Era algo como "nossa, estou entrando no castelo mal assombrado do Conde Drácula! Ai-meu-Deus-do-Céu-e-minha-Santa-Genoveva!!!". Na época, eu tinha uns 6 ou 7 anos de idade e ficava efetivamente impressionado com esse tipo de jogo. Basta lembrar que antes do NES havia o Atari.

Ainda haveria uma melhoria significativa no Super Castlevania 4 e no Castlevania 5 / Dracula X / Vampire's Kiss. Isso ocorreu por causa do salto de 8 bits (NES) para 16 bits (SNES). Aqui vai uma amostra:



Entrada do castelo do Super Castlevania 4 de SNES em 1991.

Agora a coisa já está muito menos abstrata do que anteriormente. Mas ainda havia espaço para que a imaginação preenchesse os espaços em branco ou as situações nas quais os gráficos do jogo se esforçavam, mas não davam conta. O negócio é que você ia jogando, passando pelas fases e, na sua cabeça, era como se o jogo fosse assim:


Castlevania Lords of Shadow - PS3 e XBOX360 - 2010.

Talvez mais alguns exemplos sejam necessários. Vejamos:

Castlevania 3 - NES - 1988. Reparem nos arcos, tijolos e lodo das paredes.

Mais uma do Lords of Shadow. Arcos, tijolos e lodo!


Castlevania 4, num esquema meio "cipó".

Lord of Shadow, num esquema meio "cipó".

Vejam, meu ponto não é dizer que um jogo é melhor do que o outro. Eles são diferentes e incríveis, cada um à sua maneira. O que eu quero dizer é o seguinte: a memória filtra e distorce as coisas. Isso é evidente em si mesmo para cenas da vida e também o deveria ser para o mundo dos games. Mas nem sempre é assim. De vez em quando me pego jogando clássicos de PSOne no PS3 via PSN, ou jogos de NES/SNES no Wii via Console Virtual. Em alguns casos foi como "Espera aí, tá faltando algo... Esse jogo era mais bem feito, o som era melhor, os gráficos eram assim e assado...". Cheguei até a pensar que às vezes é melhor deixar o jogo antigo intocado, como se fosse preferível ter na memória os gráficos incríveis e jogabilidade fantástica do que de fato jogar novamente, descobrir que nem era esse jogão todo e se desapontar. Será? Talvez jogar e re-jogar anos depois, com outros olhos, seja um bom exercício de crescimento, ajuda a gente a colocar as coisas em perspectiva.

Em todo caso, diz o Michel de Certeau que o texto é habitável como um apartamento alugado. O leitor cria e recria novos significados e leituras de acordo com as circunstâncias, se apropria do que leu e faz novos usos (ele chama os novos e inesperados usos de "antidisciplina", eita conceitozinho fantástico!). Depois de algum tempo com o Lords of Shadow, vejo que o raciocínio do Certeau, além de pertinente, também vale para os videogames.

Post-scriptum: Façam o favor de ir atrás do Lords of Shadow! Tem o Patrick "Capitão Picard/Professor Xavier" Stewart como dublador e direção das cutscenes do ultra-mestre Hideo Kojima (da série Metal Gear, que rivaliza com Akira/Katsuhiro Otomo quando o negócio é ângulo de câmera e maneira de contar uma história).


quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Sony contra George Hotz


Quem não está acompanhando os eventos desde o começo pode dar uma olhada aqui para se inteirar. Em resumo, a briga da Sony com o Geohot é muito mais do que uma luta entre Davi e Golias.

Vamos à versão resumida do que esse debate envolve. Antes de mais nada, deixemos de lado a barulheira que tem sido feita em torno do assunto para ver o que realmente está em jogo: a mudança de estatuto do PS3 (e possivelmente dos videogames) dentro do DMCA (Digital Millenium Copyright Act). Esse documento foi alterado no ano passado (ou terá sido 2009?) para incluir informações a respeito do destravamento de celulares. A última versão do dele diz que um celular é entendido como um sistema fechado, pois ele executa conteúdo exclusivo do seu fabricante. Entende-se que o usuário fica privado do acesso à informação livre. Por exemplo, compras da Aplle iTunes e Apple TV não podem ser transferidas para outros aparelhos que não sejam da própria Apple. Basta lembrar ainda dos casos de censura do Zune (Microsoft) e da própria Apple (especialmente aquela edição da Dazed and Confused que tinha a Madonna). Em todo caso, a partir da revisão do DMCA, esses aparelhos já podem ser desbloqueados legalmente, preservando o direito que o consumidor tem de escolher as suas fontes de informação e entretenimento.

Por que a briga é boa? Ora, se o Playstation 3 também é um sistema fechado, pois ele só executa conteúdo previamente aprovado pela Sony, ele pode ser enquadrado nos termos do DMCA? Esse parece ser o ponto-chave do debate, que também inclui uma polêmica sobre a noção de posse. Se o usuário comprou um aparelho, ele tem direito de utilizar aquele hardware como quiser. É mais ou menos como comprar um PC com Windows, formatar assim que chegar em casa, instalar o Linux e começar a compilar os próprios programas. No caso do PS3, o destravamento significa aplicativos homebrew (feitos em casa) e o possível retorno do Linux, que foi cortado pela Sony a partir da atualização de firmware 3.15, se não me falha a memória. O engraçado é que a possibilidade rodar Linux no PS3 era mostrada pela empresa como um dos grandes diferenciais em relação à concorrência. Havia um certo discurso de liberdade. Inclusive, havia um certo órgão de defesa dos EUA usando PS3 rodando Linux para cálculos complexos.

Até aí tudo bem, somos todos favoráveis à circulação do conhecimento, software livre e esse papo todo. O negócio é que os homebrews podem ser utilizados para piratear jogos. Já existem backupeadores de jogos (você insere o jogo e faz backup dele no HD interno do PS3), aplicativos FTP (para transferir dados - inclusive jogos backupeados - entre o PS3 e um PC) e, atualmente, trabalha-se com os backup loaders (aplicativos que carregam os jogos backupeados direto do HD, sendo que você pode jogar como se tivesse o original). Uma rápida busca no Google ou, melhor ainda, em fóruns da internet, mostra a qualquer um a grande variedade e disponibilidade desses aplicativos.

Só para deixar algo claro: nem o geohot nem o fail0verflow são favoráveis à pirataria. Eles apenas abriram as portas do PS3 para códigos que não venham da Sony. O que os demais usuários fazem com as chaves e códigos não é problema de nenhum dos dois. Essa argumentação é mais ou menos a mesma situação com as armas de fogo. A culpa da morte de alguém é do fabricante - que fabrica armas para as forças de segurança - ou da pessoa que puxou o gatilho?

Em todo caso, o caso "Sony contra geohot" poderá abrir jurisprudência interessante. Se ele for vitorioso, o PS3 será oficialmente encarado como um sistema fechado, enquadrado nos termos do DMCA e, a partir daí, será 100% legal destravar e escrever programas caseiros para ele.

Vamos ver onde é que isso vai parar.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

1-UP!


Depois disso qualquer um pode ter 99 vidas!

\o/

domingo, 16 de janeiro de 2011

BOOM-SHAKA-LAKA!!!


Celebrando o triunfante retorno de NBA JAM para PS3, XBOX360 e Wii, aqui vai um quadrinho que fiz. Aos interessados em saber como o novo/velho jogo ficou, basta dizer que ele é bem parecido com a versão original de SuperNES (rachei de jogar isso na casa do Ricardo, em meados dos anos 1990) e de fliperama.

A nova edição do jogo possui modelos tridimensionais com animações muito boas, modo cabeção, o presidente Obama como personagem jogável e mais algumas funções novas. Um bocado de coisas podem ser feitas utilizando o stick direito (testei a versão de PS3). A jogabilidade continua basicamente a mesma, o que mostra como a fórmula por trás do jogo já era inicialmente sólida anos atrás.

Por favor, não entrem nele esperando a profundidade ou qualidade de algo como o NBA2k11, por exemplo. NBA JAM não é uma simulação, muito pelo contrário, é um jogo para brincar com os amigos, fazer enterradas loucas e ouvir o comentarista dizer coisas engraçadas. Aliás, são basicamente as mesmas frases da outra versão regravadas, o que explica o título do post. Quem aí não se lembra de boom-shaka-laka, from downtown, at the buzzer, denied e o clássico "he's on fire!!!"? Tem até o "EA Sports, it's in the game!" na abertura!

Não que eu aprecie os jogos lançados pela EA recentemente, mas isso é outro papo...

Enfim, se você gostava do NBA JAM das antigas, não deixe de conferir a nova versão, com polígonos, imagem em alta definição, som surround e tudo mais. Recomendadíssimo.